terça-feira, junho 08, 2004

Crítica da cibercultura

As tecnologias da informação e da comunicação, em especial a internet, exercem fascínio justamente por liberar o pólo da emissão no clássico modelo emissor-meio-mensagem-receptor. Submetido à condição de audiência pela comunicação de massa, o sujeito pode agora também se tornar um produtor de informações.

Mas não se trata aqui de considerar a internet como a solução para os problemas e limites da democracia. Ao contrário, é preciso pensar de forma crítica a era da cibercultura, que nasce da crise das ideologias e da unificação do planeta em torno de um único modelo político (neoliberalismo), de uma única ordem econômica (globalização) e de uma única rede de trocas eletrônicas (internet) (RÜDIGER, 2002).

A virtualização do real

Chegamos então ao ponto em que cabe perguntar se há no ciberespaço a possibilidade de realmente descobrir alguma coisa? Utilizaremos como referência neste tópico o pensamento de Baudrillard (2002). Para ele, a internet apenas simula um espaço de liberdade e de descoberta. Não oferece, em verdade, "mais do que um espaço fragmentado, mas convencional, onde o operador interage com elementos conhecidos, sites estabelecidos, códigos instituídos" (2002: p. 132). A atração das máquinas virtuais, afirma o pensador, teria sua origem menos na sede de informação e de conhecimento, ou mesmo de encontro, do que no desejo de desaparecimento, "forma de pairar que simula a felicidade, evidência de felicidade precisamente pela ausência de razão para tanto" (2002: 133).

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