quarta-feira, março 12, 2008

Porto Alegre precisa de Rossetto

O PT está prestes a escolher o candidato que representará o partido nas eleições municipais deste ano. Miguel Rossetto ou Maria do Rosário? Particularmente, penso que Miguel Rossetto tem mais condições de enfrentar a disputa com chances de chegar ao segundo turno. Tem mais experiência (foi deputado federal, vice-governador e ministro do Desenvolvimento Agrário), capacidade de gestão, sensibilidade e diálogo com todos os setores da sociedade. E o principal: é adversário histórico, dentro do PT, da turma do "Mensalão". Por essas e outras, Rossetto tem condições de ser um excelente prefeito para Porto Alegre.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Mídia e eleições

As eleições 2006, além de reviverem a disputa ideológica entre dois modelos diferentes de governar, está colocando na ordem do dia o debate urgente sobre o papel dos meios de comunicação na consolidação da democracia brasileira. Como empresas privadas, movidas a interesses comerciais e também políticos, as empresas de comunicação mais do que nunca revelam ter lado: o da direita.

Numa democracia, a divergência e o antagonismo são necessários e vitais. O problema é quando a divergência e o antagonismo se revestem de "verdades absolutas e incontestáveis", por trás do falso discurso da "imparcialidade" jornalística. Ora, a mídia trabalha no máximo com versões da realidade, nunca com "a verdade". E mais, os veículos de imprensa, se querem manter a credibilidade, necessária inclusive para a saúde financeira do negócio, precisam ter critérios para pautar suas coberturas e linhas editoriais, se não, a máscara cai.

O caso da RBS, no Rio Grande do Sul, é um dos mais escandalosos do país. Durante quatro anos do governo Olívio Dutra, fez oposição sistemática, dando voz a qualquer bobagem dita sem nenhuma seriedade por qualquer parlamentarzinho da oposição. Nos quatro anos anteriores, Britto teve ampla cobertura favorável. O mesmo se repetiu com Rigotto, blindado pela mídia durante os quatro anos de um governo medíocre, para dizer o mínimo. Agora, na cobertura eleitoral 2006, o negócio do dossiê não sai da mídia. Se o jornalismo praticado no RS e no Brasil fosse de qualidade, o que não é o caso, se preocuparia também em trazer à luz os escândalos que ficaram ocultos durante o governo FHC. Na disputa entre PT x PSDB, prestariam um serviço para a cidadania escolher sozinha o caminho para o RS e para o país. Ao invés disso, fica a conversa fiada e leviana de que o PT inventou a corrupção no Brasil. É dose!!

FHC, Yeda, ACM, Garotinho, Bornhausen, Azeredo (o tucano do mensalão) e Alckmin, que governam o Brasil há 500 anos, são exemplos de ética? E tem a cara-de-pau de se apresentarem como novidades? É brincadeira! E a mídia brasileira ainda vai acertar sua conta com a história. É muita irresponsabilidade social e política da imprensa, fazer o trabalho sujo de sedimentar o caminho para o retorno das forças conservadoras.

No RS, se confirmadas as pesquisas (o que é difícil, diga-se de passagem), pagaremos um preço muito alto se Yeda-Feijó chegarem ao Piratini. E a RBS vai ter sua parcela de responsabilidade cobrada por colocar seus interesses acima do compromisso social. Enquanto a mídia continuar tratando os milhões de leitores, telespectadores, ouvintes e internautas como meros consumidores e não como cidadãos, perderemos todos e a democracia continuará sendo vilipendiada no nosso estado e no nosso país.

quinta-feira, março 31, 2005

Direitos dos blogueiros

Interessante a iniciativa do Idelber, do blog Biscoito Fino, que criou um "Decálogo dos Direitos dos Blogueiros". O blog do cara, aliás, é bem legal, além de um espaço efetivo para debates e discussões de temas relacionados à política e à cultura em geral.

sexta-feira, março 18, 2005

Comunicação e sistema social

Luhmann (valeu Marcus!) define a sociedade como "um sistema abrangente de todas as comunicações, que se produz autopoieticamente, na medida em que produz, na rede de conexão recursiva de comunicações, sempre novas (e sempre outras) comunicações".

Luhmann ("A Improbabilidade da Comunicação", 1992) entende a sociedade como um sistema social constituído por comunicações. A comunicação como um processo de seleções que se desenvolve a três níveis: produção de um conteúdo informativo, difusão e aceitação desse mesmo conteúdo.

[...] a comunicação só pode ser entendida como a disseminação da informação dentro de um sistema - como uma disseminação que utiliza a informação para conduzir à informação e desta forma muda a informação bem como o estado do meio no qual a informação cria formas (LUHMANN, 1992, p. 71).

Os novos meios eletrônicos, como a internet, possibilitam uma utilização mais específica daquilo que já existe. Segundo Luhmann, "[...] poderá escolher-se entre diferentes formas de comunicação e, paralelamente, a sociedade tornar-se-á mais complexa" (1992, p.153).

Estética e solidariedade

As tecnologias da informação e da comunicação, ao mesmo tempo em que estão associadas ao desenvolvimento do capitalismo mundial, inauguram novas formas de sociabilidade e possibilitam novas práticas do exercício da cidadania, ou "cibercidadania", como prefere Moraes (2001). A estética é hoje a base para a solidariedade, muito mais do que a identidade nacional ou de classe.

sábado, janeiro 22, 2005

Fórum Social Mundial 2

A propósito do Fórum, seria muito bom que o evento permanecesse em Porto Alegre. A quantidade de pessoas de diferentes partes do mundo circulando na cidade cria uma atmosfera mágica. É um privilégio morar numa cidade que sedia um encontro como esse.

Fórum Social Mundial

O V FSM, de 26 a 31 de janeiro, em Porto Alegre, traz idéias interessantes, como a do Mosaico de Livros.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Direito de comunicar

Os princípios abstratos de cidadania declinam em benefício dos pólos de identificação de caráter imediato e particularista. A cidadania passa hoje pelo direito de ser visto, de ser ouvido, de ser lido, o que equivale ao direito de existir/contar socialmente (Martín-Barbero). O fortalecimento da cultura democrática passa, portanto, pela comunicação (Touraine). Ou seja, passa pela existência de opiniões e concepções de mundo diferentes, que se expressam de forma mediada. A força da sociedade está na existência de antagonismo (Morin), na relação entre poder/potência (Maffesoli), que equivale à dialógica entre ordem e desordem, ambas geradoras de organização.


No ciberespaço, os blogs surgem como espaços que permitem o direito de comunicar, manifestando, muitas vezes, pontos de vista antagônicos (contra-hegemônicos). Os intercâmbios de informações e de sentidos (a partir de identificações) entre os diferentes blogs acionam os "circuitos comunicativos" (produção, transmissão e uso de informações). Esses circuitos permitem conceber a complexidade do processo comunicacional na internet, em especial nos blogs. Os circuitos comunicativos formam redes de informação, possibilitando complexas trocas entre os blogueiros. Essas trocas permitem reconhecer o outro na sua diferença, fortalecendo a cultura democrática e possibilitando a construção da cidadania.


quarta-feira, dezembro 01, 2004

Cidadania e novas sociabilidades

As novas configurações do espaço público e da cidadania no contexto da complexa sociedade hipermoderna (Lipovetsky) passam pelo enfraquecimento do poder regulador das instituições coletivas e pela transfiguração do político, que se expressa no fortalecimento do caráter afetual das sucessivas identificações de natureza estética que instaura socialidades eletivas (Maffesoli).


A comunicação e a informação assumem papel central no mundo contemporâneo, modificando a noção moderna de cidadania, vinculada ao exercício de direitos e deveres num território geográfico. As mídias, em especial a internet, desterritorializam as trocas comunicativas e geram novas sociabilidades. Mais do que a noção moderna de contrato social, o que vale são as solidariedades eletivas.